segunda-feira, 2 de abril de 2012

2 de abril - Dia Mundial de Conscientização do Autismo


O QUE É O AUTISMO?
De acordo com a Associação de Amigos do Autista – AMA (http://www.ama.org.br), embora inúmeras pesquisas ainda venham sendo desenvolvidas para definirmos o que seja o autismo, desde a primeira descrição feita por Kanner em 1943 existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.

A noção de espectro do autismo foi descrita por Lorna Wing em 1988, e sugere que as características do autismo variam de acordo com o desenvolvimento cognitivo; assim, em um extremo temos os quadros de autismo associados à deficiência intelectual grave,  sem o desenvolvimento da linguagem, com padrões repetitivos simples e bem marcados de comportamento e déficit importante na interação social, e no extremo oposto, quadros de autismo, chamados de Síndrome de Asperger, sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e bizarra, e sem movimentos repetitivos tão evidentes.

QUAL O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO?
O diagnóstico do autismo é clínico e feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível se fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
O quadro clínico do autismo, segundo o DSM IV TR (APA, 2002) é:
Prejuízo da habilidade social: não compartilham interesses, não desenvolvem empatia e demonstram uma certa inadequação em abordar e responder aos interesses, emoções e sentimentos alheios;
Prejuízo no uso de comportamentos não-verbais: como contato visual direto, expressão facial, postura corporal e com objetos;
Dificuldades na interação social: fracasso em vincular-se a uma pessoa específica, não diferenciação de indivíduos importantes em sua vida, falta de comportamento de apego.
Alterações na linguagem: atraso na linguagem falada. Nos que desenvolvem a linguagem adequadamente, dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso estereotipado e repetitivo de certas palavras ou frases e emprego da terceira pessoa (inversão pronominal) para falar de suas vontades. Os que aprendem a ler não apresentam compreensão do que lêem;
Alterações de comportamento: padrões restritos de interesse, manipulação sem criatividade dos objetos, ausência de atividade exploratória, preocupação com as partes de objetos, inabilidade para participar de jogos de imitação social espontâneos, adesão a rotinas rígidas, presença de maneirismos motores e crises de raiva ou pânico com mudanças de ambiente; mudanças súbitas de humor, com risos ou choros imotivados, hipo ou hiper-responsividade aos estímulos sensoriais e agressividade sem razão aparente.
Comportamentos auto-agressivos: como bater a cabeça, morder-se, arranhar-se e arrancar os cabelos podem ocorrer.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento: estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento sensorial incomum, aderência a rotinas e padrões de comportamentos ritualizados, interesses restritos.
Os sintomas devem estar presentes na primeira infância, mas podem não se manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades limitadas.


TRATAMENTO
O tratamento do autismo consiste em intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. O ideal é que uma equipe multidisciplinar avalie e proponha um programa de intervenção. Estão dentre os atendimentos que a APAE de Garopaba disponibiliza aos alunos autistas: pedagogia, nutrição, assistência social, psiquiatria, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia e educador físico.
Observação: O uso de medicamento deve ser prescrito pelo médico e é indicado quando existe alguma comorbidade neurológica e/ou psiquiátrica e quando os sintomas interferem no cotidiano. Mas vale ressaltar que até o momento não existe uma medicação específica para o tratamento de autismo. É importante o médico informar sobre o que se espera da medicação, qual o prazo esperado para que se perceba os efeitos, bem como os possíveis efeitos colaterais.
Queremos ressaltar a importância do dia de hoje, que tem como objetivo mobilizar esforços para promover o entendimento sobre a síndrome e realizar um apelo para propiciar às pessoas com autismo uma vida digna, com direito a saúde, educação e lazer, como qualquer ser humano.

Até a próxima, família apaeana!

* Para os cegos, a descrição: na figura da postagem há uma criança com as mãos abertas e pintadas com tintas de diferentes cores.


Referências:
American Psychiatric Association (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM IV TR. Tradução de Cláudia Dornelles. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
http://www.dsm5.org/ProposedRevision/Pages/proposedrevision.aspx?rid=94. http://www.ama.org.br/site/pt/diagnostico.html.

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